Réveillon: saiba como proteger animais de estimação do barulho feito pelos fogos de artifício

Médico veterinário explicou que o tutor deve ficar perto do animal para dar segurança ao bicho. Lei sancionada em BH proíbe manuseio, utilização, queima e soltura de fogos com estampido. O golden retriever Tatu do Bem, de 5 anos
Frederico Crepaldi/Arquivo pessoal
A pouco mais de um dia para a chegada de 2023, as comemorações de Réveillon costumam ter fogos de artifício e, o que era para ser um espetáculo de cores e luzes, pode trazer consequências para os animais de estimação – porque eles têm sensibilidade auditiva.
“A potência auditiva dos cachorros chega a ser quatro vezes maior que a nossa. Alguns profissionais afirmam que sons acima de 60 decibéis são suficientes para afetar de forma estressante um canino. Essa sensibilidade auditiva apurada dos carnívoros pode gerar, ainda, ataques de pânico ou até mesmo convulsões. Assim, os fogos de artifício são inimigos dos nossos pets, pois desencadeiam um processo de estresse e medo”, disse Frederico Crepaldi, médico veterinário e professor da Estácio Belo Horizonte.
Ele falou ainda que, com os estampidos, os animais podem entrar em estresse, se assustar, pular janelas, correr para a rua e ser atropelados.
O médico veterinário explicou também que não há um comportamento padrão e que os bichos podem chorar, tremer, defecar ou urinar, ficar em estado de alerta ou agressivos.
Fogos de artifício
Elisha Terada/Unsplash
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Proteção
Para um Réveillon tranquilo e sem consequências, Crepaldi recomendou aos tutores que fiquem no mesmo ambiente e “mostrem aos pets que tudo está sob controle”.
“No momento do estouro dos fogos, coloque uma música ambiente mais calma, acaricie ou coloque o seu amigo no colo, oferecendo mais proteção e abrigo. Outra técnica é criar uma ‘toca’, um lugar onde o cãozinho ache que estará protegido. Esse lugar seguro pode ser uma mesa coberta por um lençol, longe da janela. Não podemos esquecer de colocar objetos pessoais do doguinho dentro da ‘toca’. Coloque brinquedos, caminha, água, petisco e apresente a ele antes do foguetório”.
O especialista alertou para que os tutores não recorram a medidas que possam colocar em risco a vida e o bem-estar do bichinho.
“Sou contra a dica de enrolar um pano no animal, sob o risco de prender sua circulação ou enforcá-lo, fatos que já presenciei no cotidiano clínico”.
O médico veterinário também indicou o uso de tampões de algodão no ouvido dos cachorros para diminuir a intensidade do som, o que pode evitar sustos e incômodos.
“Alguns profissionais defendem a dessensibilização do cachorro, acostumando-o a volumes altos de forma contínua para que não estranhe os fogos. Eu não recomendo essa técnica, porque no caso da queima de fogos, a explosão em si pode assustar um animal, mesmo que ele tenha sido dessensibilizado com sons altos”.
Frederico Crepaldi com o Tatu do Bem
Frederico Crepaldi/Arquivo pessoal
Proibição
Em setembro deste ano, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), sancionou a lei que proíbe o manuseio, a utilização, a queima e a soltura de fogos de estampido na capital mineira. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) no dia 9.
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