Do quarto para um escritório próprio: Érica Salguero conta desafios para fundar empresa de arquitetura


Formada aos 23 anos, empreendedora afirma que a faculdade não prepara o aluno para o mercado de trabalho: ‘Dei muita cabeçada no meu início de carreira, mas nunca desisti’

ReproduçãoÉrica Salguero é arquiteta e amante dos animais

Nossa Mulher Positiva desta semana é Érica Salguero, arquiteta e amante dos animais. Há vinte anos, ela fundou o seu próprio escritório, o Érica Salguero Arquitetura, e hoje comanda uma equipe de 17 pessoas. Ela conta como foi o início da sua carreira e os desafios de ter se formado muito jovem, aos 23 anos. “A faculdade de arquitetura, infelizmente, não prepara o aluno para o mercado de trabalho. Imagina uma menina de 23 anos, que nunca tinha feito um contrato na vida, sem saber quanto cobrar, sem saber muito sobre o famoso jogo de cintura. Dei muita cabeçada no meu início de carreira, mas nunca desisti”, afirma. Apesar de um dos sonhos de Érica ser continuar atuando e crescendo na área da arquitetura, ela não deixa de lado a sua paixão pelos animais. “Quando fecho os olhos me vejo com muitos cavalos e muitos cachorros. Queria ter uma ONG para poder ajudar animais de rua”, diz a profissional.

1. Como começou a sua carreira? Me formei em ballet clássico, mas também estudei flamenco, jazz, sapateado, além de aula de pintura a óleo. Sempre fui apaixonada e envolvida com a arte. Em 1996, entrei na Faculdade de Arquitetura e, desde o início, me dividi entre a universidade, um curso de decoração e um estágio. Com o diploma na mão, fiquei uma temporada no escritório do renomado paisagista Gilberto Elkis e depois, aos 23 anos, comecei minha carreira solo. É claro que nada caiu do céu, comecei trabalhando no meu quarto, depois consegui alugar minha primeira sala. Sempre fui estruturando minha base e tentando voos maiores. Hoje, após vinte anos, tenho meu escritório próprio e comando uma equipe de 17 pessoas.

2. Como é formatado o modelo de negócios do Escritório Érica Salguero Arquitetura? No escritório fazemos projetos de arquitetura e interiores na área residencial, corporativa e comercial. Nossa principal missão é ter excelência em todas as etapas de um projeto, desde a concepção de um novo espaço, totalmente customizado para os nossos clientes especiais, até a execução completa da obra.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? O início da minha carreira foi um pouco complicado. A faculdade de arquitetura, infelizmente, não prepara o aluno para o mercado de trabalho. Me formei muito nova. Imagina uma menina de 23 anos, que nunca tinha feito um contrato na vida, sem saber quanto cobrar, sem saber muito sobre o famoso jogo de cintura. Dei muita cabeçada no meu início de carreira, mas nunca desisti. O momento mais difícil foi conseguir encontrar os primeiros clientes que acreditassem no meu potencial. Apesar de não possuir experiência, eu tinha muita paixão pela arquitetura e acabei encontrando pessoas que perceberam e acreditaram na minha dedicação e que eu faria o melhor para os seus projetos.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Às vezes é um pouco complicado, porque o dia a dia de uma arquiteta é bem agitado. O tempo é precioso, tenho que dosá-lo, a disciplina é importante. Com um escritório de arquitetura para coordenar, contato constante com os fornecedores, reuniões com os clientes… É preciso ter muita energia e, ainda, é necessário que sobre tempo para meus projetos pessoais, como a família. Tenho um filho, o Lorenzo, que tem 8 anos, um marido e uma casa para gerenciar, além do Perninha, que é um cachorrinho maravilhoso que eu adotei há 12 anos. Porém, o mais importante para fazer tudo isso funcionar, é uma ótima equipe com profissionais capacitados e bem motivados. Confio muito na minha equipe e dedico uma boa parte do meu tempo para que eles tenham excelência em sua atuação. Isso permite que eu possa atuar nos pontos mais estratégicos do escritório e que eu tenha bastante tempo para dedicar para os nossos clientes. Aprendi também a bloquear um pouco da minha agenda para a minha vida pessoal, como fazer hipismo com o meu filho, praticar reiki, enfim, cuidar um pouquinho de mim.

5. Qual o seu maior sonho? Quando fecho os olhos me vejo com muitos cavalos e muitos cachorros, adoro animais. Mas meu sonho também é continuar atuando nessa área de arquitetura, cada vez mais crescendo e realizando os sonhos de meus clientes. Um sonho pessoal é ter uma ONG para poder ajudar animais de rua.

6. Qual sua maior conquista? Minha independência. Nesses 20 anos de profissão, posso dizer que minha maior conquista é ter um escritório estruturado por mim, funcionando plenamente, reconhecido por todos os nossos clientes e parceiros. O que me motiva é a alegria e bem estar que nossos projetos trazem para os nossos clientes especiais. É claro que estou sempre atenta às novas exigências do mercado de serviços, produtos e tecnologias, em processo constante de mudanças para que cada vez mais eu atenda meus clientes entregando projetos atuais e renovadores.

7. Livro, filme e mulher que admira. Como mulheres, a arquiteta Zara Hadid, a cantora Beyoncé e a estilista Coco Chanel. Filmes são tantos, mas poderia citar “Dirty Dancing”, “Judy”, “O discurso do rei”, “A Dama de Ferro” e “Cisne Negro”. Livro é “A menina que roubava livros”.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.





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