Agro gaúcho espera crédito do Governo Federal


O agronegócio gaúcho é um dos setores mais afetados pelas enchentes que atingem o Estado. Há perdas de animais, de lavouras, paralisação de atividades em frigoríficos, milhões de litros de leite descartados e dificuldades logísticas que incluem o rompimento de estradas, pontes e a suspensão do funcionamento de aeroportos. É um cenário desolador. Para lidar com os prejuízos bilionários, a ajuda precisa incluir linhas de crédito rural para reconstrução e a prorrogação de parcelas de financiamentos rurais. Isso é o que a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul pediu ao Governo Federal, em reunião on-line com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e secretários.

Na lista estão:

EM EMERGÊNCIA: prorrogação de todas as parcelas de custeio, investimento e comercialização

CRÉDITO RECONSTRUÇÃO: dimensões de reinvestimento e capital de giro;

CRÉDITO REINVESTIMENTO: destinado a reconstrução da estrutura produtiva, podendo ser empregado em bens de capital, benfeitorias ou infraestrutura de apoio a produção;

CRÉDITO GIRO: destinado a permitir a redução da alavancagem com credores, independentemente se bancos, cooperativas de crédito, de grãos, revenda de insumos, bem como o custeio da próxima safra.

CRITÉRIOS DE ENQUADRAMENTO: estão aptos produtores rurais que estejam em municípios afetados por inundação nos eventos de maio de 2024, com decreto de emergência ou calamidade pública e que estejam acompanhados de laudo.

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Fontes do governo me disseram que é esperado para essa semana o anúncio da suspensão de dívidas por 90 dias para produtores de municípios em situação de emergência, mas não há previsão de anúncio de crédito para reconstrução, reinvestimento e capital de giro no momento. Enquanto isso, entidades do agro alertam que a população do Rio Grande do Sul pode enfrentar desabastecimento de carnes de aves e suínos, já que o retorno das operações de unidades frigoríficas paralisadas pode levar mais de 30 dias, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal.

O Rio Grande do Sul é o terceiro maior estado produtor de suínos, o quarto de aves, quinto de ovos e oitavo de bovinos. Ou seja, é importante na tarefa nobre de colocar comida na mesa dos brasileiros.

A cadeia leiteira também vive dias difíceis no estado. Mais de 10 milhões de litros de leite foram perdidos em apenas 5 dias. Como o leite não chegou na indústria, as empresas não deverão fazer o pagamento aos pecuaristas, informou o Sindilat. Um problema a mais para o setor que tenta se recuperar de uma crise.

Nas lavouras de arroz, há perdas nas áreas que estavam para ser colhidas e há relatos de armazéns tomados pela umidade. A Cogo Inteligência em Agronegócios prevê que a oferta vai ser reduzida e o déficit no suprimento ampliará a pressão altista nos preços. Na soja, diferentes consultorias estimam perdas entre 2 e 6,5 milhões de toneladas.

Enquanto novos desafios aparecem dia após dia, o setor agro precisa se reconstruir. Sem crédito rural, ficará difícil. Esperamos que dessa vez o governo seja ágil e faça sua parte para aliviar um pouco os problemas dessa tragédia.



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