Achado pré-histórico indica que humanos alteravam dentes de preguiças-gigantes


Pesquisadores encontraram o dente de uma preguiça-gigante — um grupo de mamíferos pré-históricos — no município de Poço Redondo, no noroeste do estado de Sergipe. A peça auxiliou estudos sobre a possibilidade de modificações humanas nos tecidos dentários de animais.

O animal viveu no Pleistoceno, período da história da Terra que durou entre 2,588 milhões e 11,7 mil anos, e a pesquisa usando ferramentas ópticas conseguiu descartar a influência de desgastes causados por animais ou transportes no ambiente.

“Esse indício manifesta o comportamento humano do passado e sua relação com o ecossistema, ressaltando a percepção da fauna circundante não só como presas ou competidores, mas também como potenciais fontes de tecnologia e transformação simbólica”, comentou a autora principal do estudo publicado na Scientific Reports, Thaís Pansani, do Instituto Smithsonian, Estados Unidos.

Para identificar as modificações feitas no dente da preguiça-gigante, foram utilizados seis tipos diferentes de análises que mostraram que as marcas não foram causadas por mordidas de roedores ou pelo desgaste causado pelo movimento no fundo de um rio.

Na peça foram encontradas marcas regulares e paralelas, além de uma alteração no formato, que estavam arredondadas e triangulares, diferente dos originais das preguiças-gigantes conhecidas.

“O mais interessante foi demonstrar como técnicas multidisciplinares podem ser úteis para contribuir com os estudos de modificações humanas de materiais fósseis e arqueológicos”, disse Pansani.

O grupo de pesquisadores não conseguiu identificar qual o propósito das alterações feitas pelos humanos no dente do mamífero, entretanto o estudo descarta a possibilidade de ter sido para subsistência.

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